Olá, incauto leitor!
Se você está passando por esse post no dia 28 de janeiro, saiba que esse é o dia do meu aniversário! E da Sandy também. Do Nick Carter também. Elijah Wood também. Como você pode perceber, as celebridades fazem aniversário nesse dia.
E, se você está passando por esse post no dia 28 de janeiro de 2019, estou fazendo 32 anos. Faltam apenas 10 para o cabalístico 42! 😉
Aos 31, tirei o dia para refletir sobre o que sei de mim mesma durante esse meu período na Terra e fiz um post no Medium (que apaguei lá porque, agora, ele está aqui, senão o Google vê como conteúdo duplicado) sobre 31 coisas sobre meus 31 anos. Esse ano, resolvi manter a lista, mas adicionar mais um item.
Se você nunca leu a lista, nunca é tarde. Se já, vá direto ao ponto 32.
Como no ano passado, já aviso que existe uma grande chance de você não querer ser mais meu amigo depois dessa lista, porque ela é bem confessional, mesmo. Acho que não digo nada cabeludo, nem polêmico demais. Quer dizer, nunca matei ninguém, nem fui presa, nem fichada por porte de drogas ou outras coisas do tipo, então não sou uma má companhia.
Mas, você sabe, quando a gente coloca algumas verdades pra fora, cada um vai reagir a elas da forma como bem entender. Se você viveu no Brasil nas eleições de 2018, sabe bem do que estou falando.
Então, é isso aí. Sem mais delongas, vamos aos 32 fatos – que ninguém jamais fez questão de saber – sobre meus 32 anos de 102 em que permanecerei viva.
- Sou uma pessoa de fé, mas não tenho religião.
- E não é por falta de tentativa.
Fui formada na igreja católica, tendo todos os sacramentos até a crisma e estudando em colégio de freiras até os 15 anos.
Depois fui para um colégio evangélico, onde me formei no Ensino Médio, e tive a oportunidade de conhecer bastante essa religião, além do espiritismo e umbanda na sequência.
Respeito todas as religiões e as profissões de fé em geral e sou muito feliz sendo agnóstica (que leve é dizer essa palavra!). Se você acha que “não existe ateu em avião caindo”, um dia lhe contarei uma história. Continue passando por esse blog.
- Sou especialmente atraída pelas coisas do universo e das estrelas, tenho uma curiosidade insana pelo que se passa além da estratosfera, mas não acredito em horóscopo.
Apesar de me envaidecer um pouquinho pelas definições de Aquário (que são as melhores, desculpa), não vejo como acreditar que somos especiais o suficiente para que os planetas girem a definir nosso destino. Já fui do fandon da astrologia, é óbvio, mas hoje estou de boa sendo uma pessoa que não liga mais se alguém aponta o dedo na minha cara e fala:
– Nossa, você é aquário! Que sem coração! Só pensa na sua própria liberdade e o resto que se exploda, né?!
Mesmo porque não dá pra me ofender com o que é verdade. ;p
- Acho que todo mundo é único, mas não necessariamente especial.
Essa vai doer, mas é a verdade: achar que cada pessoa é especial é perda de tempo e, em alguns casos, um perigo para a humanidade.
Algumas pessoas são ordinárias, comuns, vão passar pelo mundo e não vão deixar absolutamente nada de relevante sobre sua estadia. Paciência.
Não é nada prático considerar 7 bilhões de pessoas especiais. Aliás, se você parar para pensar, pouquíssimas são as gentes que merecem esse título. Eu o daria apenas para três pessoas, mas ano que vem eu falo quem.
- Para mim, tudo na vida tem a música perfeita como pano de fundo
E, apesar de ter crescido bastante e adquirido discernimento em várias instâncias da vida, ainda ouço as bandas preferidas da minha adolescência: Mamonas, Ramones, Raimundos, Millencolin, Blink 182, The Killers, Thin Lizzy, New Found Glory e Ataris, dentre outros grupinhos que só eu e mais duas pessoas conhecem.
A música da minha vida virou tatuagem 🙂
- Já fui em seis shows do Los Hermanos em um único ano e hoje em dia eu acho que iria em apenas um e está ótimo.
E esse ano tem, neném!
Inclusive a minha empresa nasceu em um show do Los Hermanos. Longa história. Um dia eu conto.
- Meu cantor preferido é Elvis.
- Minha cantora preferida é Amy.
Coladinha com a P!nk, devo dizer.
- Minha celebridade preferida é Marilyn.
É o nome dela que tenho tatuado na pele, mas aqui vai uma curiosidade bem absurda: jamais vi algum de seus filmes. Depois de ler 197 livros sobre a moça em seu curto tempo de vida, e expectativas muito altas sobre ela, tenho pavor de ver um de seus trabalhos e não ser correspondida em meus sentimentos.
- Tenho cinco lugares preferidos no mundo: Londres, Florença, Atacama, Fairyland Cupcakes, em Floripa, e Jericoacoara, no Ceará.
O último foi adicionado à lista em 2018, depois de uma lua de mel incrível <3.
- Já gostei do Lula
Escrevi o nome dele no meu tênis quando não podia votar, chorei quando ele foi eleito e hoje acredito que vivi com ele um relacionamento abusivo, em que ele me fez sentir que era bem superior, eu bem inferior, e na realidade os papéis eram completamente inversos.
Contudo, entre Lula e Bolsonaro, sou 100% Lula lá, brilha uma estrela. Numa disputa de falta de caráter, que vença o menos pior. (escrevi isso em janeiro de 2018, presta atenção)
- Já votei no Aécio
De livre e espontânea vontade e conscientemente, para o governo de Minas, o Senado e a Presidência.
Hoje, por inúmeros motivos — alguns você já conhece — fico com vergonha dessas escolhas.
- Talvez por isso eu não saiba definir pra que lado eu vou no espectro político
Meus estudos me mostram que sou liberal-social-nada-conservadora. Que tipo de gente é assim? Eu.
Talvez eu seja até anarquista.
Percebi que meu passado político foi baseado em pessoas, e não em partidos, e acho meio incoerente que as pessoas se apeguem mais aos clubinhos, que carecem de consistência ideológica, do que aos humanos com suas propostas.
- Me dá um certo nervoso quando as pessoas são incoerentes com suas escolhas. Tipo, amar Jesus e votar em exterminador.
Não é preciso ler a Bíblia todo domingo para entender que essa galera tá meio doida.
- Não entro em discussão pra ganhar
Por mais que, momentaneamente, me sinta feliz ao colocar um ponto coerente em uma conversa, nada me dá mais preguiça na vida do que discutir pra ganhar a discussão. Nada me atrai na falta de pensamento crítico e no excesso de autoafirmação, tudo me atrai na construção do senso crítico e de conhecimento adquirido diariamente.
- O meu maior afrodisíaco é a inteligência.
Quanto mais inteligente alguém for, mais existe um crush.
- Mas é apenas um crush, ok?
Porque mozão mesmo eu já encontrei e ele é inteligente pra caramba. Aliás, cê acha que eu tô com ele por que? ;p
Nunca achei que iria me casar, nunca achei que alguém valeria meu tempo, minha consideração ou meu voto atemporal de fidelidade, mas quando alguém aparece usando seu órgão mais interessante – o cérebro, perceba – do jeito que o Danilo usa, fica difícil não ceder ao matrimônio.
- De todas as artes do mundo, a literatura é a que mais me envolve.
- É por isso que meu grande sonho seja me tornar uma escritora.
Esse ano vou terminar o segundo livro (mas o primeiro que vai valer seu tempo, por isso nunca tirei o primeiro do computador).
Vou fazer um crowdfunding para ele e espero contar com você.
- Meu segundo sonho é ser da Academia Brasileira de Letras.
Então preciso começar esse caminho rápido. Tenho muita vontade de ser imortal e acredito que uma pessoa só é imortal se for lembrada pelo que deixou. Quero deixar muita coisa por aí, tudo escrita.
- Meu terceiro sonho é trabalhar como roteirista em uma série, novela ou filme.
E no Oscar eu fico ávida por saber qual roteirista vai ganhar. Atriz eu sei que é a Meryl Streep todo ano.
- Minha escritora preferida da vida é Marian Keyes.
E meu livro preferido dela é “Melancia”.
- Alguns caras correm por fora para autor preferido, mas meu top 5 é: Lyman Frank Baum, Ernest Hemingway, Stephen King, Douglas Adams e Lewis Carroll.
- Queria que minha filha se chamasse Liesel, por causa de “A Menina que Roubava Livros”, mas o futuro pai dela já botou água no meu chope.
- Queria que meu filho se chamasse Gohan, por causa de Dragon Ball, mas o futuro pai dele já correu dessa possibilidade também.
- Aliás, explicando meu amor por Dragon Ball,
uma das razões pelas quais eu amo esse mangá/anime é porque ele me lembra da minha infância e me mostra que aquela criança que via desenho no SBT e na Globo de manhã ainda existe dentro de mim.
Por isso é que eu fiz questão de ter o Goku no meu casamento.
Longa história.
- Mas… Goku who? Minhas personagens de HQ preferidas são todas mulheres.
Nada contra os super heróis ou super pessoas do sexo masculino, mas eu paro tudo o que estiver fazendo para ler qualquer coisa que tenha Mônica, Mafalda, Mulher Maravilha ou Bulma.
- Sempre fui feminista, mas tinha medo de admitir.
Quando eu era adolescente, achava que as pessoas me chamariam de sapatão por ter uma atitude mais confiante, porque só os homens eram confiantes.
E isso piorava porque eu não gostava de usar vestido ou saia. Tinha pernas grossas e achava rude quando algum homem (bem mais velho, diga-se) elogiava esse atributo na rua.
Por medo e desconforto, passei a masculinizar meus looks, com calça jeans, tênis e moletom muito largo. Isso e o feminismo, na minha mente de jovem boba, eram sinônimo de sapatonice.
- Mas eu, com certeza, já fui machista.
Quando achei que mulheres eram muito competitivas.
Quando me esquivei de fazer amizades com mulher, por achar que elas eram muito competitivas.
Por chamar uma menina de puta ou piranha porque ela pegou o cara que eu pegava.
Por repetir igual um papagaio idiota “mulher no volante, perigo constante”.
Por gritar “bicha” pra um jogador durante uma partida de futebol.
Por ter medo de ser chamada de sapatão, achando que isso fosse ofensa.
O machismo escondeu meu feminismo por muitos anos, até que, lá pelos 21, revi todos esses conceitos e encontrei a luz no fim do túnel.
Infelizmente era tarde para os vestidos e saias, que eu só vim a reutilizar sem traumas depois dos 25 anos.
- Eu não me arrependo
Não posso dizer que não me arrependo de nada, porque não lembro de tudo que eu fiz.
Provavelmente há algo aí no caminho que me desonre, mas eu escondi tão fundo no meu cérebro que não me lembro. Não me arrependo do que não lembro.
E meu “eu” criança ficaria bem feliz de ver o que aquela pessoinha se tornou e continua se tornando. Esse é meu maior orgulho diário.
- Falhei miseravelmente no primeiro passo de uma vontade muito antiga
Quando formei, em 2008, queria ter continuado na academia por vários motivos. O principal deles é que eu amo uma sala de aula. Desde então, o mestrado era algo que eu queria, mas nunca tinha tido nem uma ideia de projeto, nem uma linha de pesquisa, nem nada que me movesse rumo a essa conquista.
Em 2018, achei uma linha maravilhosa em Letras, na UFMG, e ousei fazer uma disciplina isolada. Adorei, mas entendi que a disciplina se chama isolada porque a gente realmente se sente bem isolada quando vê aquele tanto de gente com repertório profundo em literatura e você chega com “não li o último livro da saga Crepúsculo porque não julguei necessário”.
Mesmo assim, fiz a prova no fim do ano e não passei. Fiquei arrasada.
- Vou viver muito
A notícia boa é que vou ter muitas novas oportunidades, uma vez que decidi que vou viver até os 102. Em 2089, vou me sentar na varanda, falar que já deu e me despedir da vida com 80% do corpo tatuado.
Estou de braços abertos para jogar o jogo pelos próximos 70 anos.
Mas, se alguma coisa der errado nessa minha conta (sou de humanas), não se sinta mal por mim.
Como você viu nessa lista, vivi bem até agora.
E não preciso ler o que diz o horóscopo de Aquário para os próximos dias, meses e anos porque sei exatamente o que vem daqui pra frente: vem tudo.
E tudo ainda será muito pouco para os limites do que eu quero.
Só preciso relaxar e aproveitar a viagem. 🙂
15 & 31…
Parabéns pelo aniversário, pela página e pelas muito sensatas e sempre necessárias 32 considerações sobre a sua existência!
e ainda tem muitas “coisas” para nos presentear. mas hoje desejo felicidades. parabéns, que a luz seja constante sua vida.