Uma das primeiras frases marcantes de A Sombra do Vento é: às vezes, só se pode ver bem nas trevas. Se, na vida real, 2019 comprovou a citação, na ficção não poderia ser diferente.
A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón é, acima de tudo, uma homenagem aos livros. Seu argumento, e todos os seus detalhes, giram em torno do mundo da leitura – desde o nascer do mistério que tece a linha condutora da narrativa até a resolução e fechamento da obra. Só por isso os amantes da literatura já podem adquirir o livro sem medo.
A sinopse é a seguinte: quando Daniel Sempere completa 11 anos, seu pai o leva a um lugar misterioso para aplacar a tristeza que o menino sente por não mais se lembrar do rosto da mãe morta. Esse lugar é o cemitério dos livros esquecidos, que permite a entrada de poucas e selecionadas pessoas.
Lá, Daniel pode escolher qualquer livro esquecido, e acaba se apaixonando por um de título A Sombra do Vento, cujo último exemplar está, agora, em suas mãos. O que ele nem imagina é que existe alguém interessado em destruir o livro e tirá-lo da face da Terra para sempre.
A partir daí, Daniel tem que se esquivar das ameaças ao livro, enquanto passa pela adolescência descobrindo o amor, o mundo mágico dos livros e os mistérios que circundam A Sombra do Vento.
A Sombra do Vento para quem gosta de ficção
Com ambientação na Espanha de 1945, período de guerra e fome, A Sombra do Vento é, sem dúvida, um dos melhores livros que já li. É bem escrito, rendeu uma série de frases marcantes e, como disse no início do texto, é uma ode ao mundo da literatura. Fora que Carlos Ruiz Zafón também se esmera em costurar as pontas para que o leitor possa, junto a Daniel, desvendar todos os segredos do livro proibido.
Publicado em 2001, A Sombra do Vento é um livro atemporal, com personagens que cativam e transcendem as páginas. Seus valores principais são o conhecimento, o amor, a amizade e a literatura como forma de salvação.
Quem me indicou a leitura de A Sombra do Vento foi meu pai, Humberto, com a seguinte descrição:
“você lê e acha que está na Espanha, no momento do livro”.
E é exatamente isso. Portanto, passo adiante a indicação a todo mundo que gosta daquele tipo de ficção que te leva para o cenário descrito. Pode ler sem medo as mais de 500 páginas da narrativa, pois elas passarão como um sopro.
Ou, quem sabe, como um vento – que, embora não percebamos com facilidade, é capaz de deixar sombras incríveis conforme mexamos os pés.
Ficha técnica
Nome original: La Sombra del Viento
Autor: Carlos Ruiz Zafón
País: Espanha
Editado no Brasil por: Suma – Companhia das Letras
Preço médio: R$45
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5 citações para justificar sua leitura
“Cada livro, cada volume que você vê, tem alma. A alma de quem o escreveu, e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espírito cresce e a pessoa se fortalece”. (p. 9)
“As mulheres têm um instinto infalível para saber quando um homem está perdidamente apaixonado por elas, especialmente se o rapaz em questão tem pouco juízo e é menor de idade”. (p. 28)
“O mal pressupõe uma determinação moral, intenção e certa inteligência. O imbecil ou selvagem não para pra pensar ou raciocinar. Age por instinto, como besta de estábulo, convencido de que está fazendo o bem, de que sempre tem razão e orgulhoso de sair fodendo, desculpe, tudo aquilo que lhe parece diferente dele próprio, seja em relação à cor, credo, idioma, nacionalidade ou pelos hábitos que tem nos momentos de ócio. O que faz falta no mundo é mais gente ruim de verdade e menos espertalhões limítrofes”. (p. 129)
“Ao contrário do que você acredita de pés juntos, o universo não gira em torno das vontades da sua virilha. Outros fatores influem no devir da humanidade”. (p. 261)
“As pessoas estão dispostas a acreditar em qualquer coisa antes de acreditar na verdade”. (p. 361)
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