O amor nas obras de Jojo Moyes

É provável que eu tenha conhecido Jojo Moyes, escritora inglesa de romances, da mesma forma que você a conheceu: através de Como eu era antes de você. A história de um amor ao mesmo tempo platônico e profundamente enraizado em fatos, entre um homem tetraplégico e sua cuidadora, foi a “porta de entrada” de muitas leitoras ao universo dessa jornalista. 

E, por mais que Jojo tenha feito inúmeros outros romances de destaque após Como eu era antes de você – incluindo a sequência deste livro –, ela também escreveu histórias que, apesar de não terem virado filmes, deveriam. Uma das grandes habilidades dessa escritora contemporânea é colocar o amor romântico fora da caixinha do óbvio, levando a definição de “água com açúcar” a outro nível. 

Basicamente, um nível onde nós sempre vamos esperar o melhor de cada final, embora nem sempre seja o final que nós queríamos ler. É aí que mora o amor romântico fora da caixinha do óbvio.

Depois de ler a trilogia Como eu era antes de você, Depois de você e Ainda sou eu, resolvi começar do começo e ler os demais livros de Jojo Moyes de acordo com sua ordem de publicação. Modéstia à parte, foi uma excelente ideia. Dá pra ver, a cada nova obra, uma evolução tremenda em relação à anterior.

Vou colocar aqui embaixo algumas palavras (tentarei não dar spoilers) sobre cada um dos livros de Jojo Moyes que já li. Aqui, vale uma curiosidade: Jojo Moyes faz uma ligação direta entre a França e a Inglaterra em todas as suas histórias. Nos livros Nada mais a perder, A Última carta de amor e A Garota que você deixou para trás isso fica bem claro a partir da página 1. Em Como eu era antes de você, Lou acaba por viajar para Paris ao fim do livro. 

Sabe outra obra que tem uma ligação direta com a França? Teoria do Amor. ;p

Dica de amiga: antes de ler os livros, prepare os lencinhos – inclusive o umedecido para tirar a maquiagem -, porque você vai precisar secar as lágrimas…

Em busca de Abrigo

Esse foi o primeiro romance publicado de Jojo, nos idos de 2002. Ambientado na Inglaterra de 1998, conta a experiência de Sabine, adolescente que sai de Londres, a pedido da mãe, Kate, para ajudar seus avós no interior da Irlanda durante as férias.

No início, Sabine odeia a ideia, principalmente porque ela não tem muito contato com os avós, Joy e Edward, já que a própria mãe saiu da casa (e do país) dos pais logo que engravidou da menina. Mas, com o passar dos dias, e a ajuda de Thom, um cavalariço simpático e misterioso, Sabine vai descobrindo que pode, nesse lugar, descobrir a sensação de ter uma família de verdade.

Enquanto isso, Kate, ainda na Inglaterra, tem problemas amorosos sérios, pela milésima vez em um ano, e, sentindo falta da filha que não liga muito para ela, tenta entender o que está fazendo de errado para merecer essa posição.

Em busca de abrigo é uma história sobre relações das mulheres com suas mães – e como alguns segredos podem minar essa amizade intrínseca para sempre.

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Nada mais a perder

Quando vi que Jojo começa os capítulos com frases de um livro de equitação, confesso que dei uma brochada. Ai, senhor, será que esse é um livro sobre… cavalos? A resposta vem – com o perdão do trocadilho – a galope: é e não é.

Sara é uma menina que foi criada pelos avós. Esses, por sua vez, viveram uma grande história de amor no passado. Ela, uma jovem inglesa, ele, um francês com enorme talento para equitação. O amor era absolutamente proibido, mas isso não os deteve. Contudo, o avô de Sara continuou a nutrir sua paixão por cavalos, ainda que sua carreira na academia francesa de equitação estivesse encerrada.

Ele passa para a neta toda essa paixão e, quando sofre um acidente vascular cerebral, cabe a Sara encontrar uma forma de ajudar o avô. Uma delas, que não agrada a menina, recém-chegada na pré-adolescência, é vender seu adorado cavalo.

Na outra ponta da narrativa, vemos um casamento caindo aos pedaços; sem filhos, o casal, formado por uma advogada e um fotógrafo, está prestes a assinar os papéis do divórcio quando um pedido irrecusável chega até eles: cuidar de uma pré-adolescente que, sem os cuidados do único parente vivo, está em busca de um lar temporário.

É assim que os destinos de Sara e Natasha se cruzam. Juntas, vão atravessar as fronteiras do país para tentar descobrir o que dá a um grupo de pessoas o direito de se chamarem de família.

Aviso de gatilho: o livro aborda o tema do assédio sexual de menores. 

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A última carta de amor

Nesse romance, temos duas protagonistas: a jornalista Ellie, que encontra cartas interessantes na seção de arquivos do jornal onde trabalha, e Jennifer, a mulher que deveria ter recebido essas cartas há 40 anos. 

Enquanto as linhas de suas vidas se cruzam, com esse hiato de décadas entre suas próprias histórias de amor, Ellie e Jenny mal sabem que seus destinos dependem uma da outra. Jennifer precisa de um desfecho para o caso que viveu na década de 1960, enquanto Ellie precisa decidir, no presente, o que fazer sobre seu relacionamento com um homem casado.

A última carta de amor tem uma narrativa intrigante: começa com Ellie e, quando achamos que tudo será contado pelo seu ponto de vista, viajamos ao passado para ver quatro anos intensos da vida de Jenny. Só depois de sabermos tintim por tintim o que ocorreu com a socialite londrina é que voltamos ao presente para ver, finalmente, as duas se cruzando.

O livro começa um pouco devagar (mas nem tanto), mas entra em um ritmo alucinante que torna quase impossível a tarefa de deixar a leitura para o outro dia. É daquele tipo que eu gosto: quando termina, queremos mais – e nos tornamos apegadas aos personagens da obra.

Curiosidade: cada capítulo é aberto com um trecho de última carta de amor, seja relacionada à história ou “emprestada” da vida real.

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Como eu era antes de você

Esse livro é a “porta de entrada” para as obras de Jojo, já que é o que deixou seu nome super famoso – e virou um filme lindinho e bem gostoso de assistir.

Nele, Lou é uma jovem em busca de um emprego que a ajude a sustentar sua família. Um dia, se depara com uma vaga peculiar: ser cuidadora de um ricaço que está tetraplégico. A vaga tem vários pré-requisitos “interessantes”, e logo ela descobre a razão: lidar com Will, o paciente em questão, não vai ser fácil.

Ele, por sua vez, também é jovem e teria uma vida inteira de luxos, amores e viagens pela frente, não fosse um acidente de moto que o deixou completamente paralítico. Por isso, a maior parte da vida de Will é rancor. Além das dores físicas que lhe acometem, ele não vê graça na vida e gostaria muito de colocar um fim nessa história.

Lou e Will tentam se dar bem (esse é um esforço mais dela do que dele) e veem nascer uma amizade que pode mudar a vida dos dois. A pergunta é: ambos estão abertos para essas mudanças e para a redescoberta do amor?

Esse livro rendeu mais duas continuações, Depois de Você e Ainda Sou Eu, das quais não falarei aqui para não dar spoiler a quem ainda não leu!

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A Garota que você deixou para trás

Na Primeira Guerra Mundial, Sophie Lefévre é uma francesa que resiste como pode à ocupação alemã em sua pequena cidade. Ela tem como principal ferramenta de sobrevivência a esperança de rever o marido, um pintor da escola de Matisse que foi a campo lutar pela França.

Um quadro dela, pintado por ele, é seu maior tesouro dentro das instalações do Le Coq Rouge, o hotel que ela costumava gerenciar com a irmã, Hélene, antes da ocupação.

Já nos anos 2000, esse quadro pertence a Liv Halston, uma jovem viúva inglesa que vive na casa de vidro construída pelo marido arquiteto. O quadro, dado a ela por David, durante a lua de mel, é seu tesouro particular. Contudo, Paul, ex-detetive americano que trabalha em uma agência inglesa de recuperação de obras de arte, é incumbido a recuperar o quadro – chamado A Garota que você deixou para trás – e devolvê-lo à família Lefévre, que alega o roubo da obra.

Buscando meios de manter a pintura de Sophie em sua casa, Liv acaba descobrindo que sua história e a da francesa são mais parecidas do que ela podia imaginar. Com um século de distância, o quadro une duas mulheres enlutadas pelos maridos distantes, mas fortes o suficiente para continuar seguindo em frente.

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Um mais um

Jess é uma mãe solteira que precisa trabalhar como faxineira, durante o dia, e atendente de bar, à noite, para criar o enteado adolescente e a filha, pequena gênia da matemática. Uma das casas que ela arruma é do riquíssimo Ed, nerd milionário que está sob suspeita em uma investigação sobre informações privilegiadas.

Vislumbrando uma vida melhor para os filhos, ela inscreve Tanzie em uma olimpíada de matemática que pode lhe render uma bolsa de estudos na escola dos sonhos. O único problema é que a prova acontece na Escócia – e o carro que ela tem para atravessar o país não é dos melhores.

Mesmo assim, mãe, enteado, filha e cachorro pegam a estrada e, quando são parados em uma blitz (o carro é realmente muito velho e capenga), Ed aparece, reconhece a faxineira e resolve dar a eles uma carona, já que está indo à Escócia ver o pai.

O livro narra a viagem desse improvável grupo e mostra como até as pessoas mais diferentes podem se entender e até se apaixonar. Com um tom bem divertido, Jojo aborda temas intensos como bullying, abandono parental, crimes de sobrevivência e crimes do colarinho branco. 

Adorei ler esse livro e queria que ele tivesse uma sequência só dele!

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Ainda há mais nas obras de Jojo Moyes

Esses são os livros de Jojo Moyes que eu já li – espero ler todos muito brevemente! Adoro o jeito dela de escrever e sempre consigo entrar nas histórias com facilidade.

Antes de sair, conta aí o que você já leu de Jojo Moyes e como acredita que o amor opera nas obras dela – e se tem algum dos livros que você odeia (pode acontecer, né?!). Aproveita e segue o Lite lá no Instagram pra gente papear mais.

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