Dica de leitura: Os anjos de Badaró

Por Viviane Fontes

Já imaginou ter a experiência de acompanhar um autor durante a construção de um livro? Isso foi possível em 2000, quando o consagrado jornalista Mário Prata, também roteirista, dramaturgo e escritor, escreveu um livro online. 

O jornalista teve a companhia diária dos leitores enquanto escrevia o livro. Os leitores podiam ver tudo que ele digitava, modificava ou apagava. O escritor fez jus à ciência da comunicação ao escrever Os anjos de Badaró durante seis meses pela internet, através do site www.marioprataonline.com.br, no portal Terra. Vale salientar que o autor escrevia um capítulo a cada dia a partir de sugestões online de leitores virtuais, sedentos pela novidade.

A história é contada na terceira pessoa em três partes distintas que se cruzam durante toda a narração. O personagem principal, Ozanan Badaró, médico ginecologista, recebe uma proposta inusitada de uma cafetina viciada em cocaína. Ele aceita a proposta e passa a chamar as prostitutas de anjo; por isso, o nome do livro.

Com o passar do tempo Badaró enriquece. Ou, melhor: fica milionário, muda de sócia e se apaixona por um de seus anjos, a primeira. Seu nome é Eliza, uma menina de Santa Catarina, que queria ficar rica e ser escritora. Porém, seu dinheiro causa muita inveja e cobiça em Nareta, de quem, além de sócio, o protagonista é amante.

Durante a trama, Badaró coleciona várias aventuras amorosas, principalmente depois que se envolve no ramo do comércio de sexo de luxo. Nessa saga, arrasta com ele pessoas que tinham vidas normais e sossegadas, como é o caso do seu melhor amigo, Alcides Capella, em quem Badaró confia plenamente.

Capella, assim como Badaró, é um homem de meia-idade, jornalista, casado com Cláudia – que, nas horas vagas, se transforma em Lourdes de Fátima, uma detetive implacável cujo braço direito é sua mãe, D. Blanche.

Apesar de escrever sobre um assunto denso, que envolve muitas vezes violência, o texto é leve e de fácil leitura. Uma boa companhia para quem quer se distrair e esquecer-se dos problemas do dia a dia.

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