Psicose: uma dica imperdível de leitura

Mais importante do que conhecer uma lenda é saber de onde ela veio.

Li Psicose pela primeira vez em 2013. Só depois assisti ao filme de mesmo nome, dirigido por Alfred Hitchcock. Em seguida, emendei em Bates Motel, a série que transforma a adolescência do protagonista do livro e do filme em uma narrativa moderna, ambientada nos dias de hoje.

Portanto, é natural que eu te indique todas as três versões da história. No entanto, indico o livro primeiro que as outras.

Quando comprei a obra impressa, li uma citação de Alfred Hitchcock sobre a história. Ele agradecia ao autor, Robert Bloch, por ter escrito um material tão incrível de ler e, também, de assistir em filme.

Achei humilde. Afinal, como a maioria das pessoas no planeta, ouvi falar sobre Hitchcock e seu Psicose bem antes de ouvir falar sobre Bloch e seu Psicose. Pra ser honesta, antes de 2013 eu nem sabia quem tinha escrito o livro.

É compreensível, então, que eu tenha achado isso logo de cara.

Mas, depois de mais ou menos doze páginas percebi que Alfred não estava sendo humilde. Estava sendo realista. Certamente Robert Bloch criou algo sensacional de se ler. Simplesmente não dá pra largar o livro e tentar fazer outra coisa, pois sua mente fica ali, na pousadinha de Norman Bates.

Sinopse de Psicose

Ah, sim. Norman. Então. Vamos lá.

Psicose começa quando uma jovem, Marion Crane, apaixonada por um homem proibido e entediada em seu emprego, rouba 40 mil dólares que seu chefe lhe confiou, para fazer um depósito, e foge com o dinheiro para esperar seu amado na estrada.

No estrada estão Marion, o dinheiro e uma bifurcação. Ao entrar do lado errado, ela se perde, mas encontra um lugarzinho para passar a noite e continuar na estrada pela manhã. Bates Motel é seu nome.

Na recepção da pousada está Norman Bates, o filho da dona do lugar. A velha nunca sai da casa, mas sempre está à espreita na janela. Norman chega a comentar com a nova hóspede que a mãe é meio controladora, mas está tudo bem. Além do mais, a velha não tem como descer a escadaria para perturbar a jovem.

É aí que começa um dos mais famosos livros de suspense de todos os tempos, que foi publicado em 1959 e, 70 anos depois, continua sendo uma das obras mais deliciosas da literatura mundial.

Não vou dar spoilers, a não ser contar que a icônica cena do chuveiro não é, nem de longe, a melhor cena do livro. E nem do filme. Além disso, só posso dizer que fiquei impactada com a reviravolta final da narrativa, que me fez querer voltar no começo e ler tudo de novo, só pra sentir o prazer da descoberta novamente.

Fiz isso, algumas vezes. Espero que você faça também.

Ninguém pode saber o final!

Quando Robert Bloch publicou seu romance de maior sucesso, tinha 42 anos. Hitchcock tinha 60 quando produziu Psicose.

Bloch ainda não era tão famoso nessa época, mas Hitckcock sim. Contudo, quando fez o pitch do novo filme ao estúdio, ninguém comprou a ideia. Os executivos não quiseram pagar para que Psicose fosse feito, já que não acreditavam que ele daria lucro.

Reza a lenda que Alfred, então, comprou os direitos autorais para produzir o filme, do próprio bolso. Cerca de 9.500 dólares da época. Na sequência, retirou de circulação todos os livros impressos que estavam, ainda, em comercialização, para que ninguém soubesse o final.

Em resumo, a produção custou cerca de 800 mil dólares, faturando acima dos 40 milhões nas bilheterias.

Como resultado, o filme foi indicado ao Oscar de 1961 por Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Direção. Ganhou o Globo de Ouro de 1961 por Melhor Atriz Coadjuvante, e o Prêmio Edgar Alan Poe de Suspense de 1961 como Melhor Filme.

Existe Psicose 2 e 3, além do remake de 1998, mas não precisa ver nada disso. Faça como eu: leia o livro, veja o filme de Hitchcock e coma Bates Motel com angu. Essa é a trinca para você ter uma das melhores experiências com literatura e cinema de suspense da sua vida.

De edição em edição

Psicose é um clássico da literatura e, portanto, pode ser achado com várias capas, por vários preços, em livrarias, sebos e bibliotecas públicas. Te garanto que não há como inventar desculpas para não ler.

Contudo, sugiro muito que, se você puder, compre e guarde na sua estante a edição da Darskide Books. Esse não é um publieditorial (até onde eu sei a Darkside nem sabe – ainda – que o Literama existe). É uma sugestão, mesmo.

A edição ilustrada da Darskide Books é linda, preciosa mesmo, além de ser feita com um cuidado imenso, que adiciona muito à experiência de ler Robert Bloch. Certeza que ele teria adorado e aprovado a versão final.

A série Bates Motel está disponível na Netflix. 🙂

E você, já leu Psicose?

Pra finalizar, me conte aqui embaixo o que achou do livro! No entanto, cuidado para não entregar o final para os amiguinhos, hein.

Se já tiver visto Bates Motel também, me chama pra gente papear. Adoro tudo em que Norman Bates está envolvido e, portanto, vou ser uma boa companhia de conversa sobre o tema.

Deixe um comentário

Assine a newsletter!

Deixe seu e-mail e você receberá o Literama em sua caixa de entrada!