Dicas de leitura para crianças

Se você tem uma criança alfabetizada em casa e ela não gosta de ler, a culpa é sua

Não vou dourar a pílula, não vou fazer um escândalo, mas essa é a verdade: a culpa de termos uma população que lê muito pouco é dos adultos que criaram gerações de pessoas que não gostam dos livros. Então, antes de checar as dicas de leitura para crianças desse artigo, quero que você se faça as seguintes perguntas:

Você gosta de ler?

Você tem quantos livros em casa?

Tem outra também que adoro fazer que é a seguinte:

Quando a família está passeando em um shopping ou evento e a criança gosta de uma revistinha ou livro, você compra para ela?

E, antes de seguir, aqui vai um disclaimer básico: eu sei que vivemos no Brasil e que muitas e muitas famílias não podem, infelizmente, investir em livros. Quem não tem o que comer ou passa aperto para pagar a conta de luz a cada mês não vai ter nem tempo para filosofar sobre esse assunto. 

Mas, quando falo de investir na base literária das crianças, não estou falando com elas, mas com você, que pode se dar ao luxo de comprar livros. Tudo bem?

Então, vamos lá:

Minhas dicas de leitura para crianças

Não tenho crianças em casa (ainda), mas tenho na família de sangue e na família de amigos. Sempre que posso, presenteio a galerinha com livros – e a prova de que isso dá certo é que uma das minhas sobrinhas sempre pede os livros da Mafalda e perguntou se eu podia emprestar Harry Potter para ela.

A leitura, como sempre falamos por aqui, é um compromisso de longo prazo. Por isso, quanto mais cedo esse hábito for inserido na rotina das crianças, mais cedo ele pode se firmar como uma atividade prazerosa. Eu fui pra escola, eu vi vários colegas em todas as idades que odiavam ler e faziam os trabalhos literários pela obrigação dos pontos.

Já eu (e, se alguma professora minha ler esse texto, vai poder comprovar) sempre gostei mais dessas atividades do que de todas as outras. E comecei como acho que é eficiente para todas as crianças: livros com mais figuras que palavras.

Esse é o tipo de “leitura da primeira infância”: é mais sobre ler as figuras, as formas, as cores, do que as palavras. Muitos dos livros que a gente vai achar por aí para bebês não tem uma só palavra, e tá certo. Não precisamos esperar a criança saber ler o alfabeto para lhe dar um livro; os de figuras, dobraduras e tudo o mais já farão muita diferença.

Leitura em família

Uma coisa que acho que também faz super bem para que as crianças cresçam curiosas pelos livros é ler para elas antes de dormir. Além de ser uma alternativa à televisão ou computador de fim de noite, quando os pais leem para os filhos estão fazendo uma atividade em família.

Em outras palavras, a conexão que se forma entre as duas partes pode ser ainda mais forte nesses anos iniciais do que o “trivial” entre pais e filhos. Afinal, a hora de dormir é aquele momento em que a criança está quase se desligando do dia e dar a ela um mundo de fantasias a pensar pode embalar um sono saudável e duradouro.

E quais são os melhores livros para dormir? Aí vai de cada pessoa, e da idade da criança em questão. Nossa geração foi embalada com histórias de princesas e magia, mas não é só isso que existe e que pode inspirar a imaginação das crianças. 

Aliás, vale lembrar que as histórias que, hoje, não curtimos muito só vão se perpetuar se continuarmos contando as mesmas coisas que ouvimos aos pequenos. Acredite: a imaginação das crianças é muito fértil e uma aventura não precisa “fazer sentido”, como esperamos dos livros para adultos. O que quer que você conte de história para dormir, se for com boa vontade, vai ser bem recebido por elas.

Leituras pós-alfabetização

Conforme a criança vai crescendo, se desenvolve o hábito de leitura, é normal que vá deixando aos poucos os livros com figuras de lado para pegar os “livros com palavras”. É isso que esperamos!

Mas não venha colocar um Tolstói na estante da criança de sete anos – a menos que ela seja uma criança muito peculiar. ;p 

Existem franquias incríveis que tem esse poder de fazer a magia da viagem pelos mundos literários e criar um vínculo cada vez mais forte entre a criança e o livro.

De cara, consigo pensar em duas: a série Diário de um Banana e, claro, os livros de Harry Potter. O Diário eu confesso que não (já estava grandinha quando ele saiu), mas Harry Potter é um clássico infanto-juvenil que precisa estar na vida de todo mundo. JK Rowling fez um mundo espetacular em Hogwarts e a série toda é bem naquela vibe de “quero ler o próximo”.

O primeiro livro, inclusive, Harry Potter e a pedra filosofal, é inesquecível. Até hoje me lembro de lê-lo, aos doze anos, sob a luz de um abajur de estrelas.

Livros que não são série, mas podem deixar a sua criança (e você também!) mais encantados pela leitura: Matilda (meu sonho ser ela), História sem fim (clássico dos clássicos) e As Crônicas de Nárnia (escrito especialmente para deleite infantil).

Cada um deles tem uma grossura diferente, pegadas bem diferentes, mas são hipnotizantes, cada um a seu modo. É o tipo de investimento que vale a pena.

Ah, e antes de finalizar o texto, é claro que preciso falar do The Samurai Boy, uma história em quadrinhos feita para as crianças pelas mãos do meu amado Danilo Aroeira. Sou suspeita pra falar, mas acho a coisa mais fofa desse mundo – e os valores que essa historinha carrega vão ao encontro do mundo melhor que sonhamos para nossos filhos.

Gostou das dicas? Conte aí nos comentários quais são as leituras que te marcaram na sua infância, e vamos aumentar a lista de sugestões!

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