Dicas para escrever – e ter sucesso

dicas para escrever e para escritores

Mas olha quem está falando, hein? 😉

Não sou, de fato, autoridade em ter sucesso escrevendo (a menos que conte a redação publicitária, que é o que faço para viver…). Mas adoro pincelar esse tipo de conteúdo e ter compartilhar com quem também gosta do assunto.

Afinal, não acho que se tornar escritor ou escritora com contrato milionário seja uma corrida, sequer uma competição. Nesse mundão de acesso facilitado à informação e cultura, tem espaço para todo mundo.

Sem mais delongas, vamos às dicas:

Saiba a razão pela qual você escreve

Stephen King fala em Sobre a Escrita de forma magistral que:

“A escrita não é para fazer dinheiro, ficar famoso, transar ou fazer amigos. No fim das contas, a escrita é para enriquecer a vida daqueles que leem seu trabalho, e também para enriquecer sua vida. A escrita serve para despertar, melhorar e superar. Para ficar feliz, ok? Ficar feliz”.

Dito isso, escolher a escrita como receita financeira é escolher errado por dois motivos. O primeiro é que tudo o que a gente faz por dinheiro, em primeiro lugar, toma um pouco da nossa alma. Nada é 100% verdadeiro ou brilhante se não fizermos de todo o coração.

O segundo é porque é estúpido. Olhe para os lados, veja quantos escritores brasileiros são milionários e me conte porque só Paulo Coelho está na lista. Aliás, estou só supondo, nem sei se ele é milionário (não, nunca pesquisei).

A literatura é uma das formas de arte que menos geram lucro ao autor, seja porque é difícil competir em uma área saturada ou porque o mercado editorial não costuma ser muito bonzinho com a gente.

Por essas e outras, saber a razão pela qual você escreve é fundamental para não e frustrar, no curto prazo, ou não surtar, no longo.

Exemplo prático: eu comecei a divulgar meu livro Teoria do Amor em maio de 2019. Desde antes disso, eu já tinha colocado na cabeça que:

1 – As pessoas poderiam tirar da minha escrita a conclusão que quisessem;

2 – Eu não escrevi para ser lida pelas massas; escrevi para me divertir.

Para ficar feliz, como diz King.

Ser lido, merecer o leitor e seu tempo, é apenas consequência.  

Escreva

Douglas Adams tem uma frase que me representa tanto que abre minha descrição no Instagram:

Nenhum escritor gosta tanto de escrever quanto de ter escrito.

É real: escrever pode ser um saco. Pode doer. Pode até entediar. Mas, sem isso, não temos um produto final – e como seremos reconhecidos sem entregar nada?

A escrita diária não é um milagre e nem um luxo de pessoas “com o dom”: é um hábito. Se você não escrever um pouquinho a cada dia, dificilmente vai se disciplinar a escrever um tantão, quando for necessário.

Aqui eu dou dicas para escrever mais e melhor.

Venda seu peixe

Eu sei, eu sei, não é fácil. E até parece errado, como uma traição ao estado da arte.

Mas, infelizmente, o sucesso demanda a venda – e não estou falando apenas “monetariamente”. Vender-se também significa ter presença nas redes sociais, se firmar como autoridade em seu assunto, divulgar seus textos… 

É preciso ir com a cara e a coragem atrás de oportunidades que possam lhe abrir portas. A timidez não é um defeito; mas, na hora de fazer contatos e divulgar seu trabalho, ela não ajuda ninguém.

Uma dica, que aprendi no MBA – ou seja, de um conceito que vem da administração –, é construir uma base de contatos que possam ser incluídos no seu capital social. Em administração, capital social é o valor que os sócios colocam em uma empresa. Para os demais fins, capital social também pode ser a rede de pessoas que vão agregar valor ao que você faz.

Exemplo: tem um contato famosinho/influenciador/dentro do mercado? Apresente seu material e peça uma ajuda no esforço de divulgação – caso, é claro, a pessoa goste e ache que faz sentido distribuir para a audiência dela.

Nada de ficar implorando “ai me ajuda” sem ter um material ou sem que o contato corrobore o que você fez. Bom senso acima de tudo. 

Assuma responsabilidades

Olha só: você decidiu que quer escrever, que é isso que quer para a sua vida. Já sabe que o dinheiro não vem fácil para ninguém, muito menos para quem quer viver de literatura. ;p 

E, a essa altura do campeonato, já entendeu que não dá pra esperar que uma boa ideia caia no seu colo do nada; é preciso criar um hábito, uma rotina de escrita, para começar a trabalhar ideias que podem ser bem interessantes daqui pra frente.

Portanto, assuma as responsabilidades que esse esforço requer. Nenhum sonho vira realidade sem que as responsabilidades por ele sejam definidas, metrificadas e sigam uma cadência clara de objetivos. Ainda que, amanhã, você ganhe na Mega Sena, isso não significa que você vai ter sucesso com a escrita; significa, só, que você vai ter muito dinheiro. 

Algumas responsabilidades que eu assumi quando decidi que era isso mesmo que eu queria:

– Tirar um tempo diário para a escrita;

– Começar a divulgar meus textos sem medo de críticas, e o meu livro 

com o mesmo escudo;

– Criar conteúdos úteis para formar uma audiência e ter recorrência 

nos canais de divulgação (ou seja, aparecer mais nas redes sociais como escritora);

– Não fazer pelo dinheiro, mas entender que alguns pontos da trajetória vão requerer investimentos;

– Parar de ter medo de travar. Bloqueios criativos acontecem, mas eles não podem definir minha rotina.

Ao assumir essas responsabilidades – e tantas outras –, o que me aconteceu foi: eu não consigo encontrar desculpas para não fazer, por mais que o não-fazer seja tentador. Assim, eu só termino o dia satisfeita quando minhas responsabilidades para com a minha escrita foram cumpridas.

Afinal, em algum ponto, você vai ver que ter sucesso é diretamente proporcional a trabalhar por ele. Ou seja, se escrever é um hobby, elevar a atividade de nível vai exigir um olhar profissional a ela. 

Converse com pessoas que querem o mesmo

Escritores e escritoras do mundo, uni-vos. Estamos todos no mesmo barco. Por isso, acho essencial não nos olharmos com desconfiança, e sim com aceitação e abertura para o diálogo.

Trocar ideias é a forma mais eficaz de criar ideias.

Dito isso, quero indicar um escritor independente que vive dando dicas excelentes no Medium: Brian Rowe, que participa de diversas listas de conteúdo do site.

Inclusive ele utiliza várias citações de Sobre a Escrita, do Stephen King, para tecer seus argumentos. Vale super a pena assinar a newsletter dele.

Concluindo: escrever e ter sucesso é um sonho profissional

Em outras palavras, se a escrita não for encarada como um trabalho – seja ele o principal ou um de apoio, enquanto não dá pra ser o principal, ainda –, não há milagre te esperando no fim do arco-íris.

E, sim, eu acho uma mentira deslavada esse negócio de “faça o que você gosta e nunca terá que trabalhar um dia na vida”, mas esse é um outro papo, para outro texto.

Por enquanto, ficamos por aqui, a menos que você tenha sugestões para incluir nos comentários e aumentarmos essa listinha de dicas. 

#pas  

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