O Guerreiro Pagão

Por Viviane Fontes

Bernard Cornwell já disse que, como seus textos são baseados em fatos reais, usa a lacuna do que não foi registrado para colocar no papel toda sua imaginação. Assim, cria eventos incríveis para falar sobre a história sem alterá-la.

Acredito que O guerreiro pagão seja, por enquanto, o livro que lhe deu mais liberdade para criar. Na nota histórica, destaca o registro da principal batalha na Crônica Anglo-Saxã; porém, sem detalhes. Portanto, sua versão é fruto da imaginação.

A série nos permite fazer uma viagem histórica para um período muito importante da Inglaterra. Com sua magistral escrita, Bernard Cornwell nos coloca dentro de cada batalha registrada pelos ingleses desde a época do reinado de Alfredo. Um tema, em particular, intrínseco àquela época, me desperta interesse especial: a religião.

É claro que os nórdicos que invadiram a ilha onde se encontram a Inglaterra, Escócia e País de Gales queriam tomar posse da terra e de toda a riqueza produzida pelos povos que ali viviam. Contudo, a guerra religiosa sempre acompanhou as demais, e era tão crucial quanto os bens materiais em disputa.

Já destaquei, em resenhas anteriores, situações em que a religião tinha extrema relevância para a narrativa – e, tenho certeza, ainda falarei muito sobre isso até o fim das Crônicas Saxônicas. 

Resumo de O Guerreiro Pagão

O sétimo livro da série começa com mais um confronto entre Uhtred – saxão criado pelos daneses, que renega sua origem cristã e cultua os deuses antigos do povo nórdico – e os cristãos. 

Do enfrentamento surge o maior inimigo de Uhtred até aqui: a Igreja. Seus membros serão os responsáveis por causar o maior dano ao protagonista e fazer com que o senhor da guerra perca toda sua riqueza, sendo declarado um pária. 

Nenhum movimento em defesa do guerreiro vem por parte dos senhores de Wessex, ou do rei. Afinal, após a morte de Alfredo, Eduardo, após mais uma vitória contra os inimigos, conquistada através de Bafo de Serpente, vivia tempos de calmaria e não se levantaria com a Igreja.

Os membros da congregação nunca gostaram do homem vindo da Nortúmbria; eles apenas o toleravam. 

Odiado nos quatros reinos onde criou sua fama, o senhor da guerra resolve, então, se afastar para terras distantes enquanto organiza os pensamentos e decide o que fazer. Mas essa decisão deveria ser rápida, afinal, com uma espada encostada na garganta, e sem ter para onde ir com segurança, como manter a esperança e lealdade dos pouco mais de trinta homens que ainda estão ao seu lado?

Com tão pouco a seu favor, já com o peso dos anos avançados sobre as costas e sem ter o que perder, Uhtred decide voltar ao lar para retomar o que lhe fora usurpado pelo tio Aeofric. A decisão poderia ser comparada a um ato de suicídio, mas é a única coisa que ainda o interessa. 

Além da inexpugnável fortaleza de Bebbanburg, outra pendência em que fora envolvido deveria ser resolvida. Não que isso importasse, ele seria até capaz de ignorar, mas o fato poderia causar problemas para Eduardo em Wessex e, principalmente, ao seu primo Aethelred, o que não o incomodava em nada, a não ser pelo fato de que sua amada Aethelflaed poderia ser atingida.

Uhtred de Bebbanburg sabe que o destino é inexorável, e que as Nornas tecem os caminhos da sua vida aos pés da Yggdrasil. Por isso, mais uma vez, retorna às terras onde se tornou um pária e encara seu destino. 

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