Minha incrível experiência com “Faça Acontecer”

Era 28 de janeiro de 2014 quando ganhei da Claudinha o livro que mudaria minha vida. Quando digo isso, não estou exagerando. Eu já tinha algum intuito de construir algo meu, no quesito profissional, e me posicionar sobre igualdade de condições e salários entre mulheres e homens.

Depois de ler Faça Acontecer, da executiva Sheryl Sandberg, tive certeza de que deveria não só perseguir meus sonhos mas, também, acreditar nos meus valores e ajudar outras pessoas, principalmente mulheres, a entender a importância de ser o que desejarem ser. Se querem ser executivas e dominar o mundo corporativo, elas podem e merecem. Se querem ser mães e se dedicar à rotina do lar, elas podem e merecem. Sem nenhuma distinção, sem nenhum julgamento.

O livro da Sheryl me mostrou o que minha experiência morando no Chile, em 2015, me mostraria depois: “man is his own star” – e a mulher também. Todos só precisam ter coragem de seguir suas constelações.

Lá em agosto de 2014, escrevi uma carta de agradecimento pelas mensagens que Sheryl passou com sua obra escrita, que tanto me ajudaram a vislumbrar um novo e empolgante futuro profissional, para mim e minhas pares. Mandei para todos os e-mails que encontrei e poderiam ser dela, além de deixar a missiva no perfil da COO do Facebook.

Sim, fui a rainha do spam.

Mas precisava muito mostrar para essa moça que o livro dela me ajudou, e vem sendo minha bíblia empreendedora desde então.

No dia 15 de abril de 2015, ao acordar para mais uma manhã no Chile, vi uma notificação do Facebook, precisamente às 7:21. Seria uma notificação muito normal, não fosse pelo remetente: Sheryl escreveu que leu minha carta e ficou feliz em saber como seu livro tinha me ajudado.

Só isso já configuraria o melhor dia da minha vida empreendedora: uma das minhas maiores referências na área do empreendedorismo (que, de uma forma ou de outra, tinha me levado até o país vizinho) tinha lido minha carta e sabia da minha existência.

O que eu não esperava era que o dia estava para ficar ainda melhor: depois de trocar algumas mensagens sobre os projetos em que eu estava envolvida, me deparei com um pedido de amizade vindo do Vale do Silício. Não me aguentei na cadeira, dei um grito e contei pra todos que, agora, eu era amiga de Facebook da Sheryl Sandberg.

Zera a vida, por favor!

Para boa parte do mundo, isso não significa absolutamente nada. Para mim, significou um dos conselhos de Sheryl, no livro Faça Acontecer, tornando-se real:

tome seu lugar à mesa e fale. Independente do que acontecer daqui pra frente, apenas fale”.

Ela poderia nunca ter visto a carta. Se viu, poderia nunca ter respondido. Mesmo que tenha respondido, poderia nunca ter desejado se tornar minha amiga no Facebook.

Mas tudo isso aconteceu – e a realidade é que, hoje, estou no círculo de contatos de uma das figuras mais influentes de uma das maiores empresas do mundo – que, além de tudo, promove o empreendedorismo feminino nos quatro cantos do universo, através do livro, das palestras e da Fundação Lean In. Um sonho atrás do outro.

Depois de ler, no início de Faça Acontecer, que

faz mais de vinte anos que estou no mercado de trabalho, e muita coisa continua igual. É hora de encarar o fato: nossa revolução empacou. Promessa de igualdade e igualdade de fato são coisas diferentes”. (p. 19),

achei que a minha revolução pessoal estava prestes a ser reacendida. Isso me encheu de coragem e fez com que eu falasse sobre Sheryl Sandberg por muitos dias após nossa breve conversa pelo Facebook.

Até que, num dia desses, um amigo me cutucou de manhã no escritório para me perguntar se eu vi o que tinha acontecido com ela.

Então, a vida aconteceu

Se bem me lembro, era uma sexta. Sheryl ficou viúva.

Em seu livro, ela dá um toque importante: brinca que você pode até flertar com os rebeldes, mas aconselha escolher para ter ao seu lado um companheiro que entenda o que você faz e te apoie incondicionalmente. Conta ter encontrado essa figura em Dave Goldberg, que faleceu CEO da Survey Monkey, uma das maiores empresas de pesquisa digital do mundo.

Foi impossível não me emocionar com a dor dela, ou não relembrar cada passagem do livro em que pontua a importância do marido como porto seguro, apoiador incondicional e crítico de seu trabalho. Com o passar do tempo, o modo com que Sheryl compartilhou o luto e suas novas decisões, e anda mostrando que a vida continua, é tão inspirador quanto tudo o que li em seu livro.

Sheryl não só não é uma mulher que caiu de paraquedas em uma grande empresa como, também, é uma empreendedora da vida real. Ela fez questão de mostrar que não está sentada em um trono de ferro no Vale do Silício, que é uma mulher que tem que acordar numa viagem de férias e descobrir que sua vida mudou drasticamente por causa de uma tragédia cotidiana, dessa que, cedo ou tarde, acomete todo mundo.

Para usar um termo de administração, Sheryl é tipo uma análise SWOT ambulante: tem forças e fraquezas, enxerga as oportunidades, lida com as ameaças. Por isso sugiro, mais uma vez: leia o livro dessa mulher.

Inspire-se.

Mude sua vida.

E acompanhe cada passo que ela dá, pois é bem provável que você trace o mesmo caminho grandioso que ela está traçando, e é sempre bom ter algumas dicas de quem já passou pela estrada.

Carta Aberta a Sheryl Sandberg

Oi, Sheryl!

Sei que você é uma mulher muito ocupada, mas peço cinco minutos do seu tempo. Preciso te falar todas as coisas que aqui escrevo.

Em janeiro, celebrei meu aniversário de 27 anos. Uma amiga me deu seu livro, Faça Acontecer, de presente. A leitura é tão inspiradora que todas as páginas me diziam que eu tinha realmente que fazer acontecer. Mas o que? Quando? Como? Eu não tinha as respostas, mas sabia que tinha que fazer algo.

E, bem, não é exagero nenhum dizer que seu livro mudou minha vida. 

Naquele janeiro eu trabalhava em uma agência digital em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Tinha alguns “chefes” nesse trabalho – todos homens. E Minas, embora seja um estado muito tradicional, sempre teve figuras capazes de fazer grandes mudanças, principalmente pela liberdade. Na nossa bandeira se lê Libertas Quae Sera Tamen, uma frase em latim que significa “liberdade, ainda que tardia”. É sobre isso que você fala no livro: liberdade, alegria, esperança e conhecimento de que podemos ir muito mais longe.

E eu tentei esse caminho.

Ao fechar seu livro pela primeira vez, fiz um grupo no Facebook para mulheres empreendedoras no meu estado. Quando eu convidava alguma nova garota a se juntar ao grupo,  descobria coisas bem legais: algumas queriam participar porque querem ser empreendedoras, mas não sabem como. Outras queriam se juntar ao grupo porque descobriram que maternidade e casamento, e ser dona de casa, também são caminhos do empreendimento pessoal, caminhos para mudar o mundo; outras, ainda, queriam participar para mostrar às mulheres mineiras que elas podem ser mães, executivas, felizes, criativas, fortes, tudo ao mesmo tempo e agora – simplesmente porque tudo isso é possível para quem sonha alto e trabalha duro.

Como você.

Dois meses após terminar de ler seu livro (e depois de criar esse grupo, que acabou se tornando um projeto imenso), saí do meu emprego, larguei a estabilidade de saber que teria algum dinheiro no começo do mês, para alcançar algo maior que o contracheque: a possibilidade de viver o sonho. Mudar o mundo com meu trabalho, minha paixão e minha vontade de fazer outras mulheres (e homens) ao redor do mundo saberem do que são capazes.

O destino me deu um tremendo (e inesperado) prêmio pela coragem: fui chamada para ser do time de comunicação do SEED, um programa inovador de aceleração de startups em Minas Gerais, que seleciona startups do mundo inteiro para passar seis meses em Belo Horizonte e colocar seus produtos ou serviços prontos no mercado. 

Lá, conheci grandes startups, sonhos e pessoas que acreditam tanto em si mesmas que transformei essa “pequena experiência” em uma escola da vida. Também entendi que era hora de realmente acreditar em mim mesma. Tirei do papel alguns anos de estudos e validações para, com uma amiga, abrir em julho deste ano (2014) minha própria empresa: uma pequena agência focada em conteúdo para outras pequenas (e médias) empresas. Nossa missão é crescer junto aos nossos clientes, através dos sonhos deles e dos nossos esforços. No primeiro mês de trabalho duro realizamos um evento bem legal de social media e já conquistamos alguns clientes. 

Então, essa sou eu agora, aceitando desafios, trabalhando duro, jogando mais duro ainda e sonhando absurdamente alto, como as mulheres das histórias que você contou no seu livro. Agora que sou uma “empreendedora da vida real” – e isso significa não ter muito dinheiro em caixa, no começo – não acho que seja possível te encontrar no Vale do Silício ou em eventos ao redor do mundo nos próximos anos, mas quero muito dizer OBRIGADA, SHERYL.

Obrigada pela coragem (e delicadeza) de escrever um livro tão inspirador e desafiador. Se um dia você vier ao Brasil, não se alarme uma garota doida esperar, até o fim de sua aparição, por uma possibilidade de te abraçar e agradecer em pessoa. Essa louca serei eu, ou até uma versão melhorada de mim, com mais experiência e conhecimento (espero!), mas, ainda, um “eu” que quer te agradecer muito.

Suas palavras fizeram minha vida melhor. Prometo que minhas palavras aqui são apenas o começo de uma estrada sem fim, onde darei minha vida e alma para mostrar às pessoas (e às empresas e aos mercados) o melhor que elas podem ser.

Com afeto, Laís Menini

(PS: diga olá ao Mark para mim. É verdade quando dizem que ao lado de um grande homem – ao lado, não atrás – sempre está uma mulher maravilhosa.)

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em 01/05/20

2 Comentários
  1. avatar image
    Iara at 5 de fevereiro de 2019 Responder

    Nossa Lalá,que momento mágico!!! Não tinha a menor ideia dessa sua experiência…fantástica !!! Se eu fosse a Sheryl,também gostaria de fazer amizade com vc no FB 😉 .
    Deve ser muito gratificante para um(a) escritor(a),saber que impactou tanto a vida de alguém ,de uma forma tão inspiradora !
    Parabéns por você ter se apresentado a ela,e parabéns a ela pela afetuosidade,que só as grandes almas soem ter. Valeu, partilhar esse momento tão significativo… Bjs.

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